Vai desabarágua!

"Quebrando a casca" - Junho/2011

"Vai desabar água

Algodão vai,

Desabar água

Pra lavar o que tem que limpar

Pra lavar o que tem

Vai desabar água e é pro nosso bem"

[Gero Camilo e Alfredo Bello]

Mais uma volta na espiral? Só o tempo vai dizer.

O processo de expurgação vem no início a passos lentos, como ondas fracas e mirradas, que nunca alcançam os pés na beira da praia. Mas depois de ganhar força, depois de consumir as energias que lhe são próprias, que lhe estão guardadas, depois de revirar no seu íntimo todas as dores, angústias e fraquezas do ser, pede ao céu a chuva, o socorro e ai a água desaba... Lava tudo, limpa, desce numa torrente só, trazendo as impurezas, jogando tudo pro mar reciclar, vem a ressaca, derrubando tudo e jogando pra fora tudo aqui que não é mais seu, que já consumiu dentro o que tinha de consumir.

É pro nosso bem.

E ai, vem a calmaria, a paz, a renovação.

As vezes duram dias, meses, anos, vidas, milênios.

Mas sempre renova, pois nada além de Deus é passível de eternidade.

E no meio do antagonismo, o caminho.

Jardim botânico, Curitiba - PR, Julho/2011

Sempre aquilo que aparenta ser antagônico, possui um caminho. Que fica bem no meio, as vezes mais pra um lado do que pro outro, mas a escolha não é absolutamente uma coisa ou outra. Esse caminho aliás é sempre um pouco de um e do outro, nossas escolhas não são só isso ou aquilo porque somos seres humanos, tristes e alegres, irritados e calmos, explosivos e harmonizados. Sempre "e", tá ai o teatro, o bom e velho Yin-Yang e tantas outras representações e simbologias pra nos mostrar isso.

São as forças complementares que estão em tudo e todos.

Nas trilhas da vida, frequentemente, muito mais do que diariamente (praticamente em todos os momentos) fazemos escolhas, só nos damos conta disso quando se tratam das mais complexas e consequentemente mais direcioandoras do nosso caminho aqui e agora. Sempre trazem as consequencias, que nos agradam ou desagradam - e ainda acho que isso está ligado a nossa harmonia com o cosmos e com o Universo, pois só nos frustramos quando não escolhemos o caminho que a vida nos pediu, se estivermos em harmonia portanto, faremos as escolhas que a vida nos pede e não o que racionalmente queremos - e daí as frustrações, os desânimos e em segundo momento, se formos corajosos e persistentes as mudanças e as satisfações.

Em harmonia ou não, estamos aqui pra aprender, nada é definitivo. O universo do efêmero, das constantes mudanças e dos infindáveis estados da alma nos permitem sempre mudanças e renovações, se você não está satisfeito, não tenha medo de mudar, o bem estar está sempre a bater na sua porta, e satisfeito ou não, viva tranquilamente. As coisas vão acontecendo e se desdobrando a todo instante, estar sempre disposto a relações e acontecimentos positivos em todos os sentidos e para todos os lados é a chave da tranquilidade.

Descobrindo Jodorowsky...

O Inferno pra outro lugar

"Subo nesse palco, minha alma cheira a talco

Como bumbum de bebê, de bebê

Minha aura clara, só quem é clarividente pode ver"

Alguns espíritos fazem questão de que sua passagem na terra seja repleta de acontecimentos marcantes para a sociedade como coletivo, são os tais 'fueguitos' que o Galeano conta no vídeo abaixo. E o fazem não porque querem ou por orgulho, mas porque já são luminosos demais pra passarem batidos. Estão por todos os cantos, e com ou sem projeção midiática (evidentemente que a maioria deles o coletivo nem conhece) revelam cores antes não imaginadas, belezas antes não pensadas, promovendo avanços e estímulos grandiosos. Alguns muitos se perdem (mergulhar nesse mar superdenso aqui de fato não é tão simples) mas outros se revelam e fazem 'brilhar a vossa luz'. Gil ao meu ver é um desses que é estrela e 'brilha e rebrilha essa escuridão'. Muito além da beleza estética, das reflexões diversas e novos pontos de vista para se ver e sentir, traz na sua obra (e que vasta obra...) uma certa leveza que não encontro tão facilmente nos novos ou velhos da mpb, uma coisa de conseguir elevar com alegria que é mais presente nas músicas regionais ou até mesmo no samba. E olha que não são em poucas músicas, falo de bastante coisa na sua obra (claro que ainda conheço muito pouco dela, enfim), porque isso está contido nele, é dele.

E ainda mais, além de prosseguir realizando na música, ele já espalhou isso por muitos outros campos, o mais recente é sem dúvida sua passagem pelo ministério e a grande sacudida que fez por lá, buscando implantar a consciência do colaborativismo e do trabalho em rede (que já dá sinais claros de ser a onda do começo da regeneração), das articulações coletivas e da criatividade.

Enfim, sendo breve e não partindo pras discussões das políticas culturais, deixo aqui este singelo agradecimento a nobre pessoa que é o Gil, que nos ultimos meses tem sido fator importante na minha retomada de alto estima com o campo profissional =)

El Sangue latino.

(Minha casa incendiou
agora nada obstrui
a visão da lua)
[Mizuta Masahide]


[ Haicai roubado do blogue de Joca Reiners Terron que por sua vez roubou de Cecilia Pavón que por sua vez roubou-o do blogue de Ceci Martinez Ruppel -- cujo link assim como Joca, não encontrei ]

Floristas do do Universo

"Nossa alma cresce e amaduresce

se expande em essencias

assim como um jardim se enobresce

flores das mais variadas

cultivadas ao longo das existencias

em nossas moradas

Conquistas sutis, enorme primor

aromas encantadores

inestimável valor

São flores únicas

se desenvolvem, ganham sons e cores

guardam sempre as memórias

do jardineiro que alí a cultivou

Os Amigos são mais que flores

nos universos de cada alma são floristas

transformam jardins

em recantos de sabedoria"

Para o IIº Sarau do Maria Amélia, agradecendo o convite da Nathi e do Washington.

Éstrela

Arte de Mirian Pires, fotografia de Antonio.

"só

o

ex

isto

ex

ist"

[Leminski]

líquido púrpuro

inebira a sensação

flui em sentimentos

expande a surreação

Vaga-lumes de outrora

desatam-se em mim

desobrigam-me

isentam-me

me iluminam-se

vomito estrelas

batem asas

entre espaços de olhares

sou co-criador

* Analogia que está entre concretismo do mestre e o surrealismo.

** Auto reação a esta provocação: http://oracaoemmovimento.blogspot.com/2010/03/todos-querem-ser-estrelas.html

*** Homenagem a frase do encarte do cd do Denis: "Porque Deus nos concedeu o ensejo de com ele co-criar, fazendo arte que disciplina e ameniza a jornada"

Seguindo o post anterior

Tocar alguém

Fotografia digital, Nikon D60, Porto, Janeiro / 2011

"Eu estava parado no patamar da escada quando ele disse:

- Tenho sete formas, navegue.

Abraçou-me. Tinha cheiro de mar. Do mar que não há nesta cidade.

Pedi que ficasse..."

[Caio Fernando Abreu]

Entrar na vida de alguém não é brinquedo, muito menos escolha.

Vem, acontece e quando se vê, já se é ferida e magia, alegria e tristeza: Já se é alguém único e ai, a responsabilidade é infinitamente grande e eterna. Eternamente responsável por aquilo que cativas.

A vida é sutil, agressiva, não mede esforços pra nos jogar pra todos os lados da emoção, nos tirar a base quando achamos estar seguros, nos tirar alguém quando menos imaginamos.

Nos joga contra nós mesmos, fazendo jogo com nossa própria voz, colocando pensamentos e vozes onde não queríamos dizer, onde felicitar ou ferir não fora a intenção de outrora nem talvez agora, onde simplesmente se queria fluir, sentir e viver.

A vida nos pede o que podemos dar mas não sabemos, maturidade com leveza, evolução com sutileza, ela nos pede sensibilidade: Sentir.

A vida só é feita pra Viver.

Em tempos de Lua pomposa

Como é gostoso se perder na beleza da gordinha brilhando lá no céu. Em tempos de Lua cheia (de super lua cheia diga-se de passagem) paramos pra admirar ainda mais esse astro que nos renova todas as noites e nos faz ver que mesmo na falta de luz a natureza nos ampara sem cessar.

É como se ela quisesse ser um planeta grande, não digo em tamanho, mas em impacto de presença (essas coisas da experiência, da moral, que só a evolução interior traz), como é Jupiter, Saturno ou até Capela, como busca ser a Terra. Mas que ainda tem apenas a beleza e a graça de orbitar esse aprendiz mais velho (não em tempo, enfim). É como se soprasse no vento as frases do Tio Leminski:

"Pelos caminhos eu ando,
um dia vai ser,
só não sei quando"
[Paulo Leminski]

Carrega consigo essa magia do amor e da solidão, essa ambiguidade até meio paradoxal de carregar junto coisas que estão unidas e separadas, um belo paradoxo. Não tem companhia como as tem os satélites de saturno, aqui, é apenas ela, com seu reinado (de orgulho?).

Enfim, viagens mentais a parte, deixo aqui uma belíssima música que gosto muito do Vitor Araújo. A Lua do nome não é a gorda do céu, mas me remete as madrugadas em claro.

Vitor Araújo - Valsa pra Lua (variação do original) no Instrumental SESC SP

Como faz

Só para fazer?

Impressões: Escola da Ponte

"A ESCOLA COM QUE SEMPRE SONHEI:SEM IMAGINAR QUE PUDESSE EXISTIR*"
* Título Por Rubem Alves.

Ambiente de Trabalho dos alunos da Consolidação, Escola da Ponte, Vila das Aves - Portugal | 14/01/2011

Se você não sabe o que é, ou sabe só por cima, recomendo assistir isso primeiro: http://www.youtube.com/watch?v=VekBzEu6AWg

Ao Final disponibilizei mais alguns Links para maiores informações.

Pois bem, ontem, sexta feira, travei meu contato real com a Escola, depois de mais de três anos aguardando uma oportunidade que veio. Há pouco mais de três anos tomei contato com alguns textos sobre Eurípedes Barsanulfo, tinha interesse em sua biografia por ter sido renomado médium nas décadas iniciais de 1900 em Sacramento - MG. Então descobri que ele fundou lá o Colégio Allan Kardec (é interessantíssimo também, mas o foco aqui é a Ponte). Uma coisa foi levando a outra, dalí tomei contato com a Pedagogia Espírita que em alguns livros e em especial em um DVD (do 1º congresso de pedagogia espírita, maiores informações: http://www.pedagogiaespirita.org.br/tiki-index.php) cita alguns exemplos de escolas não tradicionais contemporâneas, entre elas a Ponte.
Na época, em que estava entusiasmado com pedagogia, foi algo apaixonante.
Então nos anos seguintes conheci o José Pacheco (Mentor do Projeto) em dois congressos realizados pelo SESC - SP e aguardava anciosamente por esta presente oportunidade.

A Ponte é algo extremamente fora do comum, mas que vai de encontro com a idéia de que somos seres únicos em um planeta, buscando constantemente a evolução e o crescimento ao nosso modo e ao nosso tempo.
Situada na Vila das Aves, uma pequena vila próxima a Santo Tirso - Portugal, há 55 minutos de Comboio (Trem) de Porto, a Escola abrica alunos do 1º ao 9º Ciclo (1º ao 9º Ano se comparados ao Brasil) mas sem dividir desta forma, pois não possui salas de aula nem turmas fechadas. tampouco horários padrões.

Fui bem cedo pra lá, a vila é bem simples, uma cidade bem interiorana. Lá chegando, fui recebido por dois alunos: Nuno (5º Ciclo - Consolidação) e Marco Silva (4º Ano - Iniciação, mas fez questão de ressaltar que está de passagem para a Consolidação) que se voluntariaram para apresentar a escola e que também respondem as cartas e aos emails (como muitos outros alunos voluntários, já que a escola recebe muitas cartas e visitas por mês). Eles me apresentaram a escola nos mínimos detalhes, respondiam a todas as perguntas e se orgulhavam muito de estudar lá, gostavam daquele ambiente e me pediram desculpas por só poder ficar comigo por um período (8h ás 10:30h) pois tinham muitos trabalhos para realizar e queriam voltar a seus afazeres.
A escola é muito mais simples do que eu imaginava. Não há laboratórios com super microscópios ou super computadores, não há nem mesmo ginásio ou piscina. Há sim muita simplicidade e um projeto pedagógico que olha para a criança como um ser único e cheio de vontades, sedento por se desenvolver. Os equipamentos da ponte, posso resumir da seguinte forma: 3 grandes salas no térreo (Uma para Iniciação, uma para consolidação e outra para o avançado) equipadas com mesas e cadeiras próprias para as idades que alí estão, locais para pendurar malas e blusas, grandes estantes com as pastas de cada aluno, grandes estantes de livros e computadores a disposição das crianças (com internet e programas pedagógicos), alguns equipamentos de aprendizado (como brinquedos pedagógicos para aprender a escrever, ou ferramentas matemáticas), ou no caso do avaçado, lâmpadas, baterias, amperímetros e afins. Há também no térreo a sala da administração (Secretaria, diretorai da escola, sala dos professores) uma pequena quadra, uma mesa de pingue pongue, um pátio de terra com as bandeiras, e um refeitório para o horário do almoço. No primeiro piso há um hall e duas salas para as atividades artísticas (Dança, Teatro, Drama, Pintura, Artes plásticas e Música) equipadas com o necessário (Instrumentos a dispsição, tintas, ccenografia e roupas).

Quadra e alunos, Escola da Escola da Ponte, Vila das Aves - Portugal | 14/01/2011


Recado de responsabilidades do período letivo vigente, Escola da Escola da Ponte, Vila das Aves - Portugal | 14/01/2011



Mural de Matemática da Iniciação, Escola da Escola da Ponte, Vila das Aves - Portugal | 14/01/2011

Direitos e deveres, Mural da Assembléia dos alunos, Escola da Escola da Ponte, Vila das Aves - Portugal | 14/01/2011

No projeto pedagógico existem 3 divisões: Iniciação (que abriga normalmente alunos do 1º ao 3º ciclo, a Consolidação que nromalmente recebe os do 4º ao 6º ciclo e por fim o Avançado que abriga alunos do 7º ao 9º ciclo). Digo normalmente pois realmente não é fechado, há alunos do 4º ciclo na iniciação e também do 5º ciclo no avançado.
Cada divisão tem uma série de tópicos e assuntos para cumprir, os tópicos variam de acordo com a matéria em estudo e com a divisão em que está. Os alunos escolhem os tópicos que querem estudar a cada quinzena e também a quantidade de topicos que desejam. Eles se organizam em grupos (de 3 a 6 alunos) que misturam idades, "especiais" e "normais" e ciclos, sendo necessariamente da mesma divisão. Cada grupo é identificado por um nome (escolhido pelos alunos, há um grupo com o nome "Musculosos" e outro "Vampirinhos" por exemplo) e são orientados por um professor tutor. Cada aluno trabalha os tópicos a seu ritmo, quantos desejar, e quando se sente preparado, vai a um dos murais da sua sala e coloca seu nome e o tópico em que deseja ser avaliado, o nome deste painel é "Eu já sei". Então, o professor responsável por quele tópico (se for Simetria será o professor de matemática) prepara uma pequena avaliação para certificar de que o aluno está preparado para tópicos mais avançados no assunto ou já finalizou aquele assunto. Cada avaliação é preparada para cada aluno, não há padrões na escola.
O Aluno estuda por conta própria, com os livros, se sente dificuldade escreve no painel "Preciso de ajuda" o seu nome e o tópico que está com dificuldade, então algum aluno que já superou aquele tópico irá ajudá-lo. Ou, em outros casos, quando muito alunos estão com dificuldade, o professor do assunto prepara uma aula e ela será ministrada ali no ambiente mesmo, em um cantinho com lousa.
Quando um aluno supera todos os tópicos da sua divisão, ele ascende de divisão (não há período certo ou padronizado pra isso, isso pode ser na sexta feira 15 de março ou 12 de novembro do ano seguinte, não importa, é só mais uma etapa). Chegando nessa nova divisão ele integra uma equipe que também chegou por ali há pouco tempo e inicia seus trabalhos ali.
Pela manhã há períodos de trabalho das 8h as 10:30h, após o intervalo de trinta minutos (onde os alunos saem e retornam para seus trabalhos sem ninguém dar ordem ou um sinal para lembrá-los) há mais um período de 11hs ás 12h ou 12:30hs (depende da divisão). Pela tarde há aulas de complemento curricular (Xadrez, Artes, Línguas, ...) das 14 ás 16hs. Ás sextas feiras há no período da tarde a reunião das agremiações (Responsabilidades, explico mais pra frente) e a Assembléia dos alunos. Há um momento em comum no qual eles tem uma aula que não me recordo o nome, mas algo como "Momento SER" onde aprendem sobre sexualidade, fdrogas e outros tópicos.

Nos ambientes de trabalho, o que se encontra são alunos preocupados com seus afazeres, que em silêncio ocupam as mesas e os computadores, sem zum zum zum ou correria. É quase inacreditável. As vezes, há musica clássica (ou qualquer uma tanquila que não atrapalhe os alunos) sendo tocada nos ambientes. Não há pedidos de silêncio ou atenção, não é necessário.
Quando alguém (Aluno ou Orientador) deseja falar algo comum a todos, ele pede a palavra e todos deixam de lado suas arividades para dar atenção.
Há por todos os lados os Murias informativos, com atividades a realizar ou avisos em geral. Há painéis como "Acho bom", "Acho ruim" nos quais alunos (que possuirem tal responsabilidade) são designados a resolver, desde lesmas no banheiro até puxões de cabelo de um aluno em outro. Caso tenham dificuldade eles buscam um orientador ou até mesmo a psicóloga da escola (que aliás está a disposição dos alunos para quando desejam conversar). Nos murais também estão os projetos que estão ocorrendo, as reuniões de cinema, entre outros tantos.

Projeto de animação de um grupo de alunos da iniciação, Escola da Escola da Ponte, Vila das Aves - Portugal | 14/01/2011

Por fim, quero falar das Responsabiliades e da Assembléia.
Cada aluno, obrigatoriamente integra um grupo de responsabilidades ou agremiações. Estas responsabilidades existem para organizar a escola e o ambiente escolar, são elas: 5R's (Recicle, reutilize, ...) , Recreio Bom (Cuidam do bom andamento do recreio, em todos os ambitos), Biblioteca (Cuidado, organização e cadastro dos livros) , Computadores e Música (Cuidado com os computadores e instrumentos), Refeitório (Cuidados no refeitório, filas, ...), Terrário e Jardim, Correios e Visitas da Ponte, Murais, Jogos de Mesa, Datas e Eventos, Arrumação e Material Comum, Assembléia. Sim, eles que fazem isso, sem ningupem apra orientar ou lembrá-los. Se reunem as sextas feiras e cuidam de suas responsabilidades, solicitam a escola compras quando necessário. Cada aluno está obrigatóriamente em pelo menos uma delas, que escolhe no inicio de cada período letivo.
A Assembléia é algo um pouco mais doido do que as responsabilidades em uma escola básica. Eles se reúnem, compõem a mesa conforme eleições anuais, e como em qualquer assembléia de alunos universitários, debatem suas idéias, suas reclamações, expõem seus apreceres e dificuldades, realizam as atas e as convocatórias. Ah claro, de modo organizado, quando um quer a palavra ele não sai falando mais alto, ele simplesmente levanta a mão e espera sua hora.

Já ia me esquecendo!
Há em todos os murais algo chamado "Partilhas" (Há este momento nas assembléias também) onde qualquer aluno pendura o que desejar partilhar com os outros alunos. Há partilhas de poesias, frases, músicas, desenhos, e também de conteúdos como "iografia de Gil Vicente"

Quadro, Escola da Escola da Ponte, Vila das Aves - Portugal | 14/01/2011

Assembléia dos alunos, Escola da Escola da Ponte, Vila das Aves - Portugal | 14/01/2011

Nuno e outros, Ensaio da escola, Escola da Escola da Ponte, Vila das Aves - Portugal | 14/01/2011

Refeitório, Escola da Escola da Ponte, Vila das Aves - Portugal | 14/01/2011

Quadro com as ilustrações originais do Livro do Rubem que leva o título deste post, aqui em cima, Escola da Escola da Ponte, Vila das Aves - Portugal | 14/01/2011

Jogos de Xadrez do Pontex (Campeonato interno de Xadrez) que acontecem nos intervalos de aula, Escola da Escola da Ponte, Vila das Aves - Portugal | 14/01/2011

Havia me esquecido também. A Escola tem Campeonato interno de Xadrez (Os jogos ocorrem nos intervalos de aula) e ontem, assisti a um ensaio dos alunos para a apresentação deles no Sarau de Reis que ocorrre todo ano na Igreja da Cidade. Eles iriam apresentar 3 musicas, uma com melodia original e outras duas sátiras. Todas as letras eram dos alunos e eles tocavam instrumentos (Sax, Flauta transversal, guitarra, violões, bumbos e caixa acústica) com orientação dos professores e cantavam no coro. Totalmente descontraído =)


Mais informações sobre a Vila das Aves:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_das_Aves
Mais informações sobre a Escola da Ponte:
http://jornal-dia-a-dia.blogspot.com/ (Blog do Jornal da escola)
http://www.escoladaponte.com.pt/ (Site oficial da escola)
Mais informações sobre José Pacheco (Coordenador do Projeto e ex-diretor da escola):
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/jose-pacheco-escola-ponte-479055.shtml
http://4pilares.net/text-cont/pacheco-escoladaponte.htm (Entrevista um pouco antiga)

É isso.

Toda beira é final de dois.

Afinal, faz parte de mim ser assim.

E agora?

Postdamerplatz - Berlin - 05/01/2011

"Quando acordou Gregório Sansonite
Tinha se tornado um horrível sanduíche

De frango compactado
De frango com aliche
Nem em seus mais terríveis pesadelos
Tinha picles no lugar dos cotovelos

E justo ele que tinha um futuro promissor
Herdeiro da gigante do setor de bolsas malas e maletas
(...)"
Móveis Coloniais de Acajú - E agora Gregório?